Moradores de Canoas seguem ilhados há mais de 20 dias na praia de Paquetá

thomas Scholze
thomas Scholze

A cheia dos rios segue afetando a população da Região Metropolitana de Porto Alegre. Em Canoas, moradores da Praia de Paquetá estão ilhados há cerca de três semanas e contam com a ajuda de voluntários.

O principal ponto de acesso do local se em um porto improvisado, onde moradores deixam os carros estacionados no acostamento e partem em pequenos barcos ou a pé para casa, o que gera perigos para quem se arrisca na água. Como a água cobre a maior parte do asfalto, não dá para ver onde se pisa.

“(Estou há) 20 dias sem energia elétrica. Perdemos cerca de 200 kg de peixe, fora a carne que tinha para a semana. O que tinha no freezer perdemos tudo”, diz o pescador Lenadro Luiz da Silva.
A RGE, concessionária responsável pela energia elétrica da região, informa que o abastecimento já está normalizado.

A comunidade do local da é composta basicamente por pescadores. Famílias convivem com dois problemas: estão com água no pátio e não podem sair para trabalhar, já que a correnteza dos rios está forte, o que prejudica a atividade.

Barcos estão atracados no cais sem previsão de quando vão poder navegar para a pesca. Sabedores da situação caótica, que já dura pelo menos 26 dias, dois amigos que moram em Canoas foram ao local no sábado para ajudar.

“Pretendo trazer um rancho. (Comprar) um pouco de carne, que eles não têm. A gente ajuda como pode”, diz o aposentado Derli Halles.

A Defesa Civil de Canoas informa que, a cada dez dias, distribui cestas básicas com itens de higiene, produtos de limpeza, água mineral e ração para cachorro.

Lixão a céu aberto
Perto dali, na comunidade do Mato Grande, dezenas de famílias sobrevivem da reciclagem. A enchente prejudicou também o trabalho delas. Os caminhões não conseguem mais entrar para deixar os resíduos, o que faz com que se forme um grande depósito de resíduos a céu aberto às margens do acesso à BR 448.

“Não tem como a gente tirar esse lixo. Os caminhões não entram no pátio. Eu sei que é ruim, mas a gente está precisando de trabalho”, diz a recicladora Fernanda da Silva Pereira.

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