Um presidente sem partido, mas com a caneta cheia de tinta

thomas Scholze
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Bolsonaro nem se preocupa mais em disfarçar. Na última quarta-feira, durante almoço com senadores no Palácio do Planalto, ele virou-se para Eduardo Braga (AM), líder do MDB, e disse:

– Um parabéns a você por ter conseguido duas emendas, né? A de bancada e a de comissão.

Emenda de bancada é dinheiro reservado no Orçamento da União para obras em redutos eleitorais de um grupo de parlamentares – no caso, a bancada da Amazônia, Estado de Braga.

Emenda de comissão é dinheiro reservado no Orçamento da União para obras em redutos eleitorais de integrantes de comissões técnicas da Câmara e do Senado. Braga faz parte de uma.

Braga, ontem, foi anunciado como relator no Senado na indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga de Celso de Mello.

“O almoço foi só um encontro de aproximação com o presidente”, explicou depois Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado. “Em nenhum momento se falou de emendas”.

Bolsonaro falou. E Braga o convidou para filiar-se ao MDB. É grande o número de partidos que ambiciona o passe de Bolsonaro, um presidente sem partido, mas com a caneta cheia de tinta.

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