O desafio da Pfizer de transportar vacinas a -75º C

thomas Scholze
thomas Scholze

O laboratório americano Pfizer e seu parceiro alemão BioNTech possuem em mãos o que talvez seja a vacina candidata contra a Covid-19 com maior grau de eficiência e em mais avançado ponto de desenvolvimento. A escolha por criar uma vacina a partir da tecnologia da modificação do RNA Mensageiro se mostrou acertada para os parceiros em diversas formas. Contudo, a delicadeza desse tipo de vacina criou um monumental desafio para ser cumprido: o transporte. Refrigeradas entre -2 a -8º Celsius, as vacinas da Pfizer duram somente 5 dias, o que pode atrapalhar a logística da operação. Para resolver, a empresa precisou desenvolver pequenas câmaras tão geladas como o ponto mais remoto do polo sul em pleno inverno: -75º Celsius.

Somente ao redor dessa temperatura é que as vacinas poderão ser armazenadas por um período maior, de até seis meses. Acima de -60º Celsius, a vacina dura apenas 15 dias. “Desenvolvemos embalagens inovadoras para serem adequadas aos diversos locais onde as vacinações serão realizadas e que são capazes de conservar o produto por até 15 dias”, disse um porta-voz ao Radar Econômico. As caixas utilizam mais de 20 kg gelo seco para alcançar tão baixa temperatura que precisam ser reabastecidos constantemente. Um erro pode condenar lotes inteiros de preciosas doses. Para ajudar, nos Estados Unidos, a UPS e a Fedex estão construindo “fazendas” de congeladores para armazenar apropriadamente as vacinas.

Congeladores da UPS, em Luisiania, nos Estados UnidosUPS/Divulgação

A vacina da Pfizer e da BioNTech está nos últimos estágios de testagens e pode ser a primeira empresa privada a disponibilizar um imunizante. O Brasil não fechou acordo com a Pfizer para comprar as primeiras doses, mas a companhia continua em conversas com o governo. Ao Radar Econômico, a Pfizer afirmou que todo o custo do desenvolvimento já alcançou 2 bilhões de dólares, completamente autofinanciados.

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