Covid-19: Segunda onda faz países da Europa limitarem horário de comércio

thomas Scholze
thomas Scholze

Os casos de Covid-19 voltaram a avançar na Europa. Depois de ver o número diário de infectados cair a menos de 200 em meados de junho, a Espanha voltou a registrar avanços consideráveis na disseminação do novo coronavírus. A média geral dos últimos sete dias está em 10.493 novos casos. Na Itália, onde o contágio arrefeceu bruscamente em julho, a tendência também voltou a ser de alta. Com a segunda onda da pandemia, os países começaram a impor medidas para restringir o horário de funcionamento do comércio, bares e restaurantes.

Na Espanha, cerca de 4,8 milhões de moradores da capital Madri estão com mobilidade reduzida desde a última sexta-feira, 2. O governo local impôs uma nova quarentena parcial de 14 dias para tentar tomar as rédeas da situação. Caso o número de infectados continue avançando, as medidas restritivas podem ser expandidas, sobretudo para outras cidades. Restaurantes e bares na Região Metropolitana de Madri podem funcionar somente até as 23h e foram obrigados a reduzir sua quantidade de clientes pela metade. Academias e comércio também tiveram de reduzir sua capacidade operacional. Além disso, as autoridades aconselharam os moradores a não se deslocarem, a menos que seja sumariamente necessário.

Epicentro da doença em abril, a Itália deve impor medidas mais duras na próxima terça-feira, dia 6, quando o governo se reunirá para propor novas recomendações. Em entrevista à emissora estatal RAI, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, disse que, apesar dos números ainda serem controlados em relação aos países vizinhos, “a batalha ainda não acabou”. “Estamos em uma fase de crescimento significativo no número de casos e espero que o país encontre espírito de unidade”, disse ele.

Dentre as medidas em estudo, o governo deve tornar obrigatório o uso de máscaras ao ar livre em todo o país e reintroduzir restrições às reuniões sociais. Para ajudar a garantir que as regras de distanciamento social sejam respeitadas, o Ministério do Interior estuda enviar soldados para regiões mais críticas no país. A doença tem acometido sobretudo os moradores do Sul. Em Nápoles, por exemplo, o número de novos casos voltou a ultrapassar 400 por dia.

Outras nações que estão em estado de alerta são França e Bélgica. No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson afirmou que a região terá pela frente um “inverno difícil” para conseguir conter uma nova onda da enfermidade. Ele aceitou, ainda, que o público esteja irritado com sua atuação nos últimos meses. Antes de ser infectado e passar dias internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI), Johnson era um dos líderes mundiais que menosprezavam o potencial do coronavírus. “Eu sei que as pessoas estão furiosas comigo”, disse ele, neste domingo, em entrevista à BBC. “Teremos um período turbulento até o Natal, que pode se estender ao próximo ano”, admitiu. Há duas semanas, o governo britânico anunciou restrições para o funcionamento de pubs, bares e restaurantes. Ao todo, mais de 480.000 pessoas contraíram a doença no país.

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