Ainda querido, taxas fora do padrão do Nubank chamam atenção do mercado

thomas Scholze
thomas Scholze

A startup financeira do cartão roxo, o Nubank, ainda é a fintech queridinha do mercado financeiro. Mas seu crescimento avassalador e a última compra, da corretora Easynvest, forçou o mercado a analisar com lupa seus balanços e movimentações — afinal, o peso da fintech é cada vez maior no sistema financeiro nacional. E muitos não estão tão satisfeitos com o que estão vendo. Dois pontos: prejuízos crônicos e altas taxas de juros.

Uma das casas de análise, a Capital Research, avaliou que pode ser um risco investir por meio da fintech. Isso porque o banco digital só tem conseguido um alto índice de Basileia (padrão do mercado para avaliar a solvência de uma instituição financeira) porque tem recebido recorrentes aportes de investidores. Segundo os analistas, será difícil reverter o prejuízo de 95 milhões de reais do primeiro semestre, o que prejudica o longo-prazo da companhia.

Um dos motivos para isso são os juros escorchantes praticados pela fintech. O padrão do Nubank é cobrar 14,75% ao mês no rotativo — o que gera juros anuais de 421,79%, segundo o Banco Central. É a maior taxa entre todos os emissores de cartões com mais de 1 milhão de clientes. Entre as fintechs é disparado o maior. O Nubank elevou a taxa do rotativo em 2016, quando a taxa Selic estava em 14,25% ao ano. Quatro anos depois, baixou para 2% ao ano, mas a fintech não acompanhou a redução. Ou seja, se o Nubank quiser reverter o prejuízo, dificilmente poderá fazê-lo ao tentar elevar suas margens.

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