Prédio é interditado e cerca de 60 moradores são removidos na Zona Norte de Porto Alegre

thomas Scholze
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Empreendimento de cinco andares fica no bairro Rubem Berta. Local teria apresentado rachaduras e tremores na estrutura, segundo pessoas que moram no loteamento. Prédio é interditado e moradores são retirados na Zona Norte de Porto Alegre
Cerca de 60 pessoas tiveram que ser removidas do loteamento Irmãos Maristas, localizado na Zona Norte de Porto Alegre, durante a madrugada deste sábado (10). O prédio do Programa Minha Casa Minha Vida fica no bairro Rubem Berta. Segundo os moradores, o local apresentou rachaduras e tremores na estrutura. Eles acionaram, então, os bombeiros.
O loteamento tem cinco andares e 20 apartamentos. Na manhã deste sábado (10), uma vistoria foi feita. Estiveram no local a Prefeitura de Porto Alegre, a Defesa Civil, a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), os bombeiros, a Caixa Econômica Federal e a construtora responsável pelo empreendimento.
À reportagem, a Caixa informou, em nota, que o “Residencial Irmãos Maristas, contratado no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida – Faixa I- FAR, foi construído pela Construtora Direcional, responsável pela obra. A Caixa esclarece que, assim foi notificada pela Defesa Civil sobre a remoção das famílias de um dos quatro blocos do residencial, encaminhou profissionais da equipe técnica, que estão no local, para avaliação da situação, bem como acionou a Direcional, para que tome as providências necessárias”.
A Construtora Direcional, por sua vez, informou por meio de nota que “entende a preocupação dos moradores, mas ressalta que não há riscos”. A empresa afirma que houve um “desplacamento de cerâmicas no piso de uma das unidades residenciais” (leia o conteúdo na íntegra abaixo).
Também por meio de nota, a Prefeitura de Porto Alegre disse que notificou a construtora responsável pela obra e a Caixa Econômica Federal, a quem cabe a fiscalização. Além disso, solicitou um laudo de estabilidade estrutural de todos os prédios do empreendimento.
O município acrescentou que a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) está no local fazendo levantamento de quantas pessoas vão precisar de abrigo. A Fasc irá atender as famílias que venham necessitar de lugar para ficar por tempo mais prolongado. Por enquanto, os moradores foram acolhidos por parentes e vizinhos. [Leia a nota na íntegra abaixo].
As famílias se mudaram para o prédio, há 7 meses, depois que deixaram a Vila Nazaré. Elas foram removidas da vila para a ampliação da pista do Aeroporto Salgado Filho.
Desde, então, as reclamações dos moradores foram constantes. Pessoas que moram em outros blocos do loteamento dizem que rachaduras apareceram no piso, paredes e, em alguns apartamentos, até parte do gesso caiu. Eles dizem que já tentaram resolver o problema algumas vezes.
A dona de casa Elisângela Fernandes, moradora do local, relatou que a estante de casa se mexia sozinha.
“Tu pisa e treme o chão. Quando saímos, treme o corredor e o apartamento ao lado, e tinham rachaduras no teto. Então, eu chamei os bombeiros e a Defesa Civil para ver o que estava acontecendo”, afirma.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, assim que chegaram no local, os agentes perceberam o problema relatado pelos moradores e, por medida de segurança, interditaram o prédio até que seja feita uma avaliação de engenheiros.
“Não é normal que um prédio apresente esse comportamento e, pela dúvida, até termos uma avaliação final e técnica, resolvemos evacuar o prédio”, explica o 1° tenente dos bombeiros Vagner Silveira da Silva.
Moradores relatam que local apresentou rachaduras e tremores na estrutura
Reprodução/RBS TV
Nota da Direcional Engenharia
A Direcional Engenharia informa que, tão logo foi comunicada sobre a situação, enviou equipes ao local nesta manhã de sábado.
Com base nas análises, já certificadas em parecer técnico de consultores especializados, ficou constatado que não há qualquer problema estrutural que coloque em risco a segurança e a estabilidade da edificação.
O que houve foi um desplacamento de cerâmicas no piso de uma das unidades residenciais, o que gerou a sensação de “piso oco”, em função da soltura em conjunto de placas e a sensação de instabilidade. As causas do desplacamento já estão em investigação técnica e, independentemente do resultado, a empresa vai promover os reparos que forem necessários.
A Companhia entende a preocupação dos moradores, mas ressalta que não há riscos. Desde os primeiros momentos, a Companhia coopera e mantém contato permanente com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.
A empresa esclarece ainda que, desde quando o condomínio foi entregue aos proprietários no início deste ano, além dos procedimentos de orientação sobre usos e manutenção de suas unidades, mantém regularmente à disposição dos moradores posto de atendimento no condomínio com uma equipe de assistência técnica no local. Todas as demandas têm sido devidamente acompanhadas e tratadas.
Nota da Prefeitura de Porto Alegre
“Equipes da Prefeitura de Porto Alegre se dirigiram para o Loteamento Irmãos Marista assim que foram acionadas na noite de sexta-feira, 9. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros fizeram a evacuação das 19 famílias do prédio, sendo 40 adultos e 22 crianças. No total, 20 unidades foram interditadas no bloco.
Ainda na noite de sexta-feira, ao tomar conhecimento dos fatos, em reunião virtual com Defesa Civil, Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Guarda Municipal, Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), o prefeito Nelson Marchezan Júnior determinou que equipes fossem ao local e tomassem todas as medidas para proteção e auxílio às famílias atingidas, que fossem contatados ainda na madrugada os responsáveis pela obra: empresa e Caixa Econômica Federal.
Durante a madrugada, o diretor-geral do Demhab, Emerson Corrêa, esteve no loteamento e notificou a construtora responsável pela obra e à Caixa Econômica, a quem cabe a fiscalização. Foi solicitado um laudo de estabilidade estrutural de todos os prédios do empreendimento, que possui 1.298 unidades habitacionais. Os responsáveis pela obra já estão no local.
A Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) está preparada para atender as famílias que venham necessitar de abrigo por um tempo mais prolongado. Neste primeiro momento eles foram acolhidos por parentes e vizinhos. A Fasc está no local fazendo levantamento de quantas pessoas necessitarão de abrigo. A Guarda Municipal auxilia na segurança e apoio ao acesso de pessoas autorizadas a ingressar no prédio.
SOBRE O EMPREENDIMENTO – O contrato para a obra foi assinado pela Caixa e a empresa Direcional em 2017. A prefeitura cedeu o terreno, realizou obras de infraestrutura no local e firmou convênio com a Caixa para a construção das moradias pelo programa Minha Casa Minha Vida com um total de 1.280 unidades, entre casas e apartamentos. Cada unidade possui dois quartos, sala, cozinha e banheiro.”
Vistoria foi feito no local na manhã deste sábado (10)
Nathália King/RBS TV

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